quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CANTINHO DA MÚSICA



A ÉPOCA DE OURO DA MÚSICA ROMÂNTICA
PARTE 1

Recebi de um amigo um pequeno texto, porém enorme em detalhes, que falava sobre o período da música romântica dos anos 50 e 60, sem deixar de traçar um paralelo de que esta época de ouro da música romântica surgiu imediatamente após os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial. Fazendo uma retrospectiva, verifiquei que o conceito apresentado naquele texto tinha tudo de verdade e era uma observação nova e que merecia um aprofundamento, pelo que passei a pesquisa do assunto.
Verifiquei que, em uma análise histórica e social, o mundo ainda estava sob os efeitos de uma longa guerra, que embora encerrada, havia deixado uma grande consternação e muita destruição, seguido de muito desemprego, muitas perdas, mas que um sentimento de solidariedade se misturava ao horror do holocausto, dos campos de concentração e ao medo mundial deixado pelas bombas de Hiroshima e Nagazaki.
Era uma mistura caótica de sentimentos. Tomando o EUA como exemplo, difícil encontrar uma família que não tivesse perdido algum ente querido nos campos de batalha. Nos países da Europa o quadro se repetia, somado ao sofrimento imposto pela dominação nazista. Enfim, a dor ainda era muito presente, as lembranças muito fortes e a necessidade de seguir vivendo uma exigência que vinha do interior do ser humano.
Esta mistura de sentimentos desencadeou a musicalidade emocionada e uma busca pela orquestração vibrante, dançante, visando saciar a sede das pessoas de dar expansão aos sentimentos reprimidos, como se fosse uma forma de dizer a si mesmo “estou vivo” e de diminuir o medo dos anos de guerra e uma proclamação da esperança de dias melhores e mais alegres.
Foi a época de ouro das grandes orquestras. Muita sonoridade, com muitos metais (sax, trompetes, etc), aliado a um ritmo sempre muito vibrante e muito dançante, onde a alegria da música gerava movimento, mas que convivia ao mesmo tempo com músicas mais melancólicas, de letras extremamente românticas, literalmente “apaixonadas” e que quase sempre falavam de um amor perdido.
No Brasil este movimento chegou um pouco modificado, não só porque a guerra não afetou o país de forma tão contundente como nos países da América do Norte/Europa, como também porque aqui o que vigorou foi a força do rádio e dos famosos programas de auditório que nos anos 50 dominavam o cenário nacional.
Mas isso é uma outra história que contaremos na parte 2 desta matéria.

                                                Edmundo Machado

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